Manifestações Culturais

Quem nunca contou ou ouviu histórias, lendas ou acontecimentos?

Por todos os lugares encontram-se pessoas narrando e criando novas formas de encantar o público com histórias verdadeiras ou inventadas, que tenham início, meio e fim. E o/a narrador/a pode ser participante ou não. 

Apesar de existirem pessoas que têm maior facilidade para narrar um caso, existem também outras que têm menor facilidade, isto é questão de colocar em prática, pois as narrativas estão ao alcance de todos. Elas precisam de narradores/as para mantê-las vivas. Para isso, que tal continuarmos difundindo e divulgando essa tipologia textual?

E você que é professor, que tal possibilitar que as narrativas de seus alunos sejam divulgadas e recebam a devida atenção que merecem? E que tal incentivá-los a isso?

Essas narrativas não precisam ser sobre um fato verídico, pode ser invenção e até mesmo uma releitura ou ainda ser uma fonte oral ou escrita, em formato de textos fotos ou vídeos que tragam em si elementos culturais dos indivíduos da rica região do Recôncavo Baiano. 

Pensando na grande importância das narrativas para a manutenção do vínculo entre os indivíduos das sociedades e ajudar a criar uma coletânea destas narrativas num espaço acessível a todos, a equipe do projeto “Narradores do Recôncavo” (NAR) da Universidade do Estado da Bahia/Campus V; criou esse espaço para permitir que todos possam conhecer e ao mesmo tempo compartilhar as diferentes narrativas existentes nesta região, já que é abastada de narradores. Ajude-nos a narrar a história do Recôncavo e as diversas narrativas criadas por sua população.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DA REGIÃO

        As narrativas pertencem e advêm de uma comunidade, que se origina da imaginação e das experiências cotidianas que são transmitidas pelo relato e por diferentes formas de expressão dos grupos presentes na sociedade, por meio de lendas, contos, mitos, crônicas, romances e filmes. Dessa forma, pode-se compreender que esses relatos fazem parte e constroem o enredo das manifestações culturais dos povos, sendo expressos pela oralidade através das cantigas, orações, crenças, rituais e histórias, interferindo, muitas vezes, dando origem à literatura oral de suas comunidades.

        Por isso, é válido mencionar a vasta coletânea cultural das comunidades do Recôncavo, já que, nesta região, habita um corpo social caracterizado por suas singularidades, oriundas do resultado da miscigenação entre o índio nativo, o português colonizador e o negro, impactando na língua, religião, culinária e arquitetura. A pluralidade de ritmos e as belezas culturais da Bahia concedem a preservação, além do tradicionalismo, em um espaço considerado um dos mais ricos centros da diversidade do país, sendo o berço das manifestações populares, seja na música, na dança ou em diversas artes.

        No Recôncavo, além dos encantos naturais dos vales, rios e cachoeiras, a diversidade cultural está presente em mais de 89 municípios e ultrapassa o número de 40 grupos, entre repentistas, cordelistas e capoeiristas. Há ainda os diversos ternos de reis ou reisados, sambas de roda, lavagem do Bonfim, maculelê, fanfarras, bumba-meu-boi, festas de São Cosme e Damião etc, que marcam as raízes do Nordeste e do Brasil, berço do processo de colonização e expansão de uma cultura e língua neolatina na América.

        Marcada por grande riqueza cultural e histórica, nesta região do estado baiano, têm-se nomes que florescem e extrapolam as fronteiras baianas e internacionais, como Maria Bethânia, Castro Alves, Edith do Prato, Caetano Veloso, Mestre Besouro, os cordelistas Cuíca de Santo Amaro e Seu Zinho, dentre outros que o projeto procurará desvendar.